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Como Escrever, de Miguel Esteves Cardoso - conselhos do mestre




Li o livro "Como Escrever" de Miguel Esteves Cardoso, publicado recentemente pela Bertrand Editora. O livro tem 196 páginas e uma larga margem para possibilitar o leitor de fazer as suas anotações ao longo da leitura.


É um livro, como indica o título, para quem quer escrever. Seja um livro, seja começar a pensar nessa possibilidade. Miguel Esteves Cardoso sugere começarem pelas anotações ou pela ideia de escreve poemas.


A forma entusiasmada do autor é evidente no inicio, o autor abre as portas para todos. Afinal, nas suas palavras, é uma forma de expressão e todos conseguem. Ou seja, é uma arte menos sobre o talento e mais sobre a dedicação e o trabalho.


"Escrever não é um passatempo, ou uma arte, ou uma competição de talentos: escrever é o nosso melhor meio de expressão."


Gostei tanto das suas sugestões que decidi compilar e abreviá-las para partilhar contigo, leitor, que também queres escrever. Contei 26 conselhos. Sugiro que encomendes o livro agora neste link.



Os conselhos do mestre Miguel Esteves Cardoso


Não copies modelos feitos e impostos por outros, cada escritor tem o seu próprio estilo.

  • Aprender a escrever é aprender a exprimir o que sentimos.

  • Algumas pessoas vão adorar o que vais escrever. Outros vão odiar. Os leitores de hoje odeiam, os de amanhã adoram. Não és tu que decides. Não podes controlar as opiniões dos outros.


Escrever um livro, por onde começar, segundo o mestre Miguel Esteves Cardoso


O assunto deve ocorrer-te, para isso, precisas de estar vazio. O tédio é importante. É preciso estares aborrecido para teres ideias. As melhores situações do quotidiano são: tomar um banho, conduzir ou passear o cão. "O tédio é o quarto preparado para a ideia que virá ocupá-lo."


Precisas de ter caneta e papel em toda a parte. Não deves sair de casa sem eles. Se não acontecer, deves parar e registar tudo, podes anotar no telemóvel e depois passar para o papel, assim que possível.


Escreve nas margens dos livros. Inclusive, no livro dele. Ele deixou margens grandes por essa razão.

Não vás atrás da inspiração. Ela existe, mas é um extra.


Quando tiveres a ideia ou começares a escrever o livro não desabafes com ninguém, escreve. Desabafa para o papel.


Limpa a cabeça de todas leituras.


O mundo não quer saber se és escritor. O mundo faz de tudo para que sejas leitor. Está a funcionar. Não deixes que isso aconteça.


O melhor conselho não é: se queres escrever bem, lê muito. O melhor conselho é, se queres escrever bem, tens de aprender a escrever bem. Não a ler. É através do ato de escrever que aprendes.


"Não escrever é perder um comboio todos os dias."


A originalidade é o mais importante. Não uses isso como desculpa para não escreves. A originalidade vem de ti. Ninguém viveu, nem sentiu o que tu sentiste. Ou seja, sê tu mesmo, vai correr bem.


Não aceites ordens ou exercícios que te condicionem em relação aos temas que queres escrever.


Cuidado com os maus estímulos externos como maus vídeos ou conversas. A vida moderna ocupa muito a nossa cabeça. É importante manter a cabeça desocupada. Acho que ele quis dizer, largar a internet.


Devemos falar com pessoas que escrevem. Podemos conversar sobre métodos, rotina, ambiente de escrita.


Não escrevas para ganhar dinheiro. Escreve sobre algo que te entusiasme.


"A coisa que mais se parece com escrever é correr."


Para se escrever tem de se ganhar o hábito de escrever. Começa por escrever durante uma hora e para quando acabar os 60 minutos. Deixa para o dia seguinte. vais ficar a pensar na tua história, mas só podes voltar a escrever no dia seguinte. É importante fazer jejum diário da escrita. Escrever é guardar.


Escrever numa primeira fase sem pensar na perfeição. Quando tiveres 150 mil caracteres tens um livro.

Não fales do teu livro a ninguém.


Depois do livro, contrata um editor profissional, espera que ele te entregue o livro para voltares a fazer uma revisão.


Lê livros maus para sentires motivação. Não será nos bons que vais encontrar motivação. Pergunta-te as razões pelas quais foram publicados.


Se não sabes o que escrever, escreve poemas. Foi assim que ele começou. Durante anos e anos, todos os dias, todas as noites. Deixa-te ir, não leias o que escreveste.


É essencial teres alguém em quem confies para te ajudar no processo.



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Cláudia Benedy

É autora de romances. Viciada em bibliotecas e livrarias. Nasceu em 1985, em Vila Franca de Xira. Vive em Alenquer, mãe de quatro filhos. 

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