Abandonar livros e 10 livros mais abandonados

Abandonar livros é tão libertador. Com tantas opções, e pouco tempo, não faz sentido perdermos tempo com livros que não nos dizem nada.
Talvez a verdadeira questão seja a seguinte: qual é o verdadeiro propósito do livro que estou a ler? Somos obrigadas a amar cada livro que começamos? Se ao abandonar um livro, estamos a dar espaço para outro que, talvez, se encaixe melhor no momento em que vivemos?
Desde que escolho os livros com propósito, sem ir atrás do livro mais popular ou de recomendações de outros leitores, com as quais não me identifico, as minhas leituras são experiências mais interessantes e agradáveis.
A experiência de abandonar um livro pode ser vista como um gesto de autoconhecimento. Ao optar por deixar uma história para trás, podemos estar a reconhecer que as nossas necessidades literárias mudam ao longo do tempo. O que antes nos encantava, agora pode ser irrelevante. O que ontem ressoava profundamente, hoje pode parecer vazio.
É importante lembrar que a leitura, como a vida, não é linear. Não se trata de seguir um caminho preestabelecido, mas de explorar diferentes trilhos, de aprender com cada nova descoberta, mesmo que isso signifique, por vezes, interromper uma história no meio. O abandono de um livro não é uma falha, mas uma escolha consciente, uma decisão de dizer “não, este não é o momento” ou “não, este não é o meu livro”.
E depois, ao olhar para a pilha de livros à nossa espera, o que podemos encontrar? Um livro que, à primeira vista, parecia distante ou irrelevante, mas que, agora, com a nossa nova perspectiva, poderá ser exatamente aquilo de que precisávamos. O abandono de um livro não é o fim de uma história; é, muitas vezes, o começo de outra.
Porque, no final, mais importante do que o número de livros que lemos é a forma como cada livro nos transforma. E se um livro não nos transforma mais, então, quem sabe, é hora de procurar outro que o faça.

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