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Romancista como Vocação, de Haruki Murakami [review]

Este livro não é só para os fãs do autor, é para quem está na dúvida, se deve ou não, escrever um livro. 

Através da sua experiência, capítulos após capítulo, o autor foca-se em temas determinantes na carreira de um escritor. Desde os prémios literários, rotina até à rivalidade entre autores. 

A figura de Haruki Murakami é muito querida. Essa imagem não se desfaz. Uma pessoa tímida que adora escrever e respeita os seus leitores. Alguém corajoso, que fecha o seu bar de jazz de sucesso para se dedicar à escrita. Conhecer mais sobre ele, deixou-me com vontade de ler os romances que me faltam.

Sobre a sua rotina, ele acorda com as galinhas e deita-se muito cedo. Faz exercício todos os dias. Nunca sai à noite ou fica acordado depois da meia-noite. Não sente essa necessidade. É muito disciplinado. 

Quanto aos prémios literários , ele desvaloriza a sua importância. Ter bons leitores é mais importante. Gostei do posicionamento dele. Prémios nunca são totalmente justos e unânimes, certo? 

Por exemplo, cá em Portugal, se tiveres vários seguidores nas redes sociais e apelares ao voto, terás com certeza uma ótima posição. Isso diz alguma coisa sobre a qualidade do teu livro? Ou diz mais sobre a tua popularidade nas redes sociais? Leiam este capítulo, vale muito a pena refletir sobre o assunto. 

  Faz várias referências literárias, inclusive alguns dos meus escritores preferidos: Somerset Maugham, Ray Bradbury, entre outros. Passa por grandes nomes da música e poesia. E um conselho universal: ler muito. 

Diz algo interessante sobre o hábito de leitura. “Uma vez adquirido o hábito de leitura – na maioria das vezes, durante os verdes anos – não é fácil abandoná-lo. Por mais acessíveis que sejam o Youtube ou os videojogos em 3D, alguém acostumado a ler correrá à procura de um livro sempre que disponha de tempo livre (e até sem o ter)”.  

 

Alguns conselhos que ele dá aos aspirantes a escritor:

- Possuir um estilo próprio, diferente do de outros criadores.

- Ser capaz de melhor o seu próprio estilo. Não se deve manter no mesmo sítio para sempre. Deve ter a capacidade de se reinventar. 

- O estilo deve converter-se num padrão clássico e ficar na memória dos leitores. 

 

Se um dia, tiveres dúvidas, questiona-te “Divirto-me a fazer isto?”. Se não sentes prazer, nem o teu coração se enche de emoção, algo está errado. É algo que conduz a minha forma de estar no mundo. 

O livro é muito interessante e inspirador. Mesmo se não quiseres ser escritor, sais a conhecer um dos melhores escritores japoneses e ficas cheio de vontade de ler os seus romances. 

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Cláudia Benedy

É autora de romances. Viciada em bibliotecas e livrarias. Nasceu em 1985, em Vila Franca de Xira. Vive em Alenquer, mãe de quatro filhos. 

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