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A Noite da Literatura Europeia: países e autores

A Noite da Literatura Europeia proporciona em 2024 um encontro com a literatura de Alemanha, Áustria, Bélgica, Chéquia, Dinamarca, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Polónia, Portugal, Reino Unido e Roménia.


O encontro acontece em Carnide, a 12 de outubro.


A Bélgica e a Dinamarca estreiam-se este ano na Noite da Literatura Europeia, que vai contar com a presença de Stanislav Struhar (Áustria e Chéquia), Caroline Lamarche (Bélgica), Krisztina Tóth (Hungria), Antoine Pohu (Luxemburgo), Manuel Alegre (Portugal) e Robert Șerban (Roménia).  


Da Alemanha chega-nos  Katja Oskamp com Marzahn, Mon Amour (Relógio d’Água, 2024), o retrato de uma comunidade de um bairro residencial dos arredores de Berlim, através da história de uma escritora de meia-idade que, ao mudar de profissão, acede às histórias de vida das suas clientes e vizinhas. 


A autora belga Caroline Lamarche traz para esta noite Querido instante, estou a ver-te, a história trágica de Margarida, que sofre de um cancro e que dialoga com a narradora até ao desfecho fatal.  


Em representação da Chéquia e da Áustria, o autor Stanislav Struhar apresenta O Peso da Sombra (Chéquia) uma viagem tumultuosa ao passado de Elias, que vem a Lisboa para tomar conta do apartamento dos seus avós, de quem a sua mãe nunca falou, e A Pureza do Silêncio (Áustria), contos que exprimem a complexidade dos seres humanos em encontros e desencontros na capital austríaca.  


Os Funcionários (Ed. Elsinore, 2022) da autora dinamarquesa Olga Ravn, é uma obra de ficção científica que lança uma crítica à supremacia do trabalho, ao mesmo tempo que explora noções de identidade. 


Do autor espanhol Manuel Vásquez Montalbán descobrimos Por enquanto, o povo unido ainda não foi vencido. Crónicas 1974-1975, 55 crónicas inéditas em Portugal que narram o confronto com a censura franquista de uma das principais vozes da oposição comunista.  


País Fronteiriço é a obra emblemática do autor estónio Tõnu Õnnepalu, que descreve o período após o colapso do estado totalitário e a restauração da independência nacional que criou uma sensação de libertação e de ansiedade. 


A Finlândia apresenta uma seleção de obras gráficas de Marko Turunen, cujas narrativas intersectam o absurdo e o cómico, e que transpõem as barreiras do óbvio.  


De França chega-nos Eu sou uma Rapariga sem História, de Alice Zeniter (BCF Editores, 2024) que desenvolve um livro à volta da narrativa, porque “as narrativas constituem uma parte enorme das nossas existências e nós passamos pouco tempo a estudá-las.” 


A Noiva Judia, do autor grego Nikos Davvetas, revisita a história do holocausto através de Niki, uma jovem mulher que tenta desvendar o grau de envolvimento do seu pai no extermínio dos judeus gregos de Salónica. 


A Hungria revela os contos De onde se vê o céu de Krisztina Tóth, que narram episódios quotidianos das pessoas que vivem connosco e à nossa volta, entre crises e tragédias subjacentes, o absurdo da vida quotidiana e o riso liberto. 


Em Canção do Profeta, o autor irlandês Paul Lynch (Ed. Relógio d’Água, 2024) leva-nos até uma Irlanda em decadência, através de Ellish, uma mãe de quatro filhos que se depara com o desaparecimento do marido e do filho.  


A Malnascida, da autora italiana Beatrice Salvioni (Alfaguara / Penguin Random House, 2023) é uma obra sobre a amizade entre Francesca e Maddalena, mais conhecida por Malnascida, uma rebelde de origens humildes e estranhos poderes.  


O autor luxemburguês Antoine Pohu relata em Às vezes, a noite cala-se, a história de Daniel, que deambula pelos bares de Bruxelas à procura do seu próprio caminho, entre a lembrança viva de Paul e a paixão racional por Marie.  


Da Polónia, O Silêncio dos Surdos de Anna Goc vem dar voz a quem muitas vezes se encontra abandonado do ponto de vista linguístico: a população surda.  


Vinte Poemas para Camões, do autor Manuel Alegre (Ed. Dom Quixote, 2016), é uma grande homenagem de um grande poeta português da atualidade a outro grande poeta que atravessa os tempos.  

Do Reino Unido chega-nos A Família Perfeita, de Lisa Jewell (Ed. Planeta, 2023), uma ficção contaminada pelos thrillers psicológicos sombrios que celebrizam a autora desde 1999 e que abre com uma bebé deixada num berço e três cadáveres na sala ao lado.  


O poema arco-íris. Uma experiência é um poema autobiográfico sobre os piores anos da ditadura de Ceaușescu, escrito num rolo de papel de jornal durante oito horas de seguida pelo poeta e jornalista romeno Robert Șerban.  


A Noite da Literatura Europeia é uma iniciativa da EUNIC Portugal, rede que reúne institutos culturais e embaixadas de países da União Europeia, este ano em parceria com a Rede de Bibliotecas de Lisboa BLX, a Junta de Freguesia de Carnide e a Boutique da Cultura. 


A programação da Noite da Literatura Europeia está disponível online aqui.  



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Cláudia Benedy

É autora de romances. Viciada em bibliotecas e livrarias. Nasceu em 1985, em Vila Franca de Xira. Vive em Alenquer, mãe de quatro filhos. 

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