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A minha rotina e adaptação às novas fases da vida

Ao longo dos últimos dez anos, fui mãe de quatro crianças, estive envolvida em vários projetos e sou muito feliz a desenvolver ideias.

Mantenho ativos dois projetos, uma loja online e as redes sociais associadas. Estou a finalizar o meu primeiro romance e a divulgar a minha primeira novela/conto autobiográfico. Vou ao ginásio, cuido de mim e da minha família.

Sempre fui leitora e dediquei tempo aos meus projetos e sonhos. Criei o meu primeiro negócio digital há sete anos, quando nasceu a minha segunda filha ligado aos cursos online e organização. Abri uma livraria online durante a pandemia, depois do nascimento das gémeas.

Estudei sobre hábitos, experimentei várias ferramentas de organização, descobri o valor da literatura e encontrei formas de me organizar. Testei vários métodos, ao longo dos últimos anos, descobri ferramentas que facilitaram bastante a minha vida.


Não quero viver stressada


A rotina é importante para mim. Sim, a repetição de comportamentos ao longo de várias semanas. A leitura, os cuidados da pele e cabelos, o banho, o pequeno almoço antes de sair de casa, são alguns dos exemplos.

Com uma rotina, consigo gerir melhor o meu tempo. Trago maior estabilidade à minha vida. Acabo por ter mais espaço para aquilo de que mais gosto: os livros e a escrita. E consigo antecipar as minhas tarefas. Por exemplo, se sei que tenho ginásio às segundas e quartas, posso escrever às terças e quintas. Na sexta, faço a limpeza geral da casa. Ganho mecanismos para concretizar a minha rotina.

A rotina serve para facilitar e não para viver stressada, com pressão. Eu sou adulta e responsabilizo-me pelas minhas escolhas. E eu escolho, viver uma rotina sem pressa, pouco atarefada.

Mereço cuidar de mim, ter um tempo só para mim, no meio da minha rotina. Sei que não é fácil pensar desta forma. Nem sempre pensei assim. Já tive momentos na minha vida, em que me senti culpada por tirar uma tarde para estar comigo mesma. Também já fui julgada, por dar uma volta, para espairecer, sem os meus filhos.


A minha rotina sofreu várias alterações


Quando me separei e os meus filhos iam para a casa do pai, sentia-me culpada por ter um fim de semana só para mim. Demorei bastante tempo para aliviar esse peso, que já era muito pesado. Qual era o problema de ter um tempo só para mim? Qual era o mal para passear e dedicar-me ao que mais gosto? Nenhum! Tive de permitir-me aceitar isso. Eu era a minha maior inimiga, julgava-me imenso.

A minha rotina passou por várias fases de adaptação. O que é perfeitamente natural. Quando engravidei, quando fui mãe, quando voltei ao emprego, quando voltei a engravidar, quando me separei, quando mudei de casa e de cidade.

A minha rotina está estruturada de acordo com a minha realidade. A rotina dos outros fará sentido para os outros. Sou mãe, trabalho numa empresa das oito às cinco, os meus filhos andam na escola, têm atividades desportivas. Também tenho um negócio e sou criadora de conteúdo. Ou seja, a minha rotina depende de vários fatores.

Eu estruturei a minha rotina com uma lista das tarefas diárias. Desde o horário em que acordo, ao horário em que me deito.


Por exemplo:

6:00 - acordo

6:30 - crianças acordam

7:30 - saio de casa para o infantário

7:50 - chego ao escritório

8:00 - trabalho

10:00 - pausa da manhã

13:00 - 14:00 - almoço

17:00 - vou buscar as crianças

17:30 - chegamos a casa

19:30 - jantar

21:30 - deitar as crianças

22:00 - 23:00 - dormir


Esta é a estrutura da minha rotina com os meus filhos de segunda a sexta. Há alterações na rotina em dias com atividades. Reuniões de pais, trabalhos de casa, compras no supermercado,... Durante o fim de semana, tentamos manter a rotina de sono, as outras tarefas são definidas de acordo com as nossas prioridades.

Não consigo fazer tudo. Faço o que é prioridade. Para escrever o meu livro durante a semana, leio menos. Ou seja, faço escolhas.

Uma rotina bem definida, facilita-me imenso. Só desta forma consigo ter noção do tempo e do que posso fazer com ele.

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Cláudia Benedy

É autora de romances. Viciada em bibliotecas e livrarias. Nasceu em 1985, em Vila Franca de Xira. Vive em Alenquer, mãe de quatro filhos. 

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