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50 Livros em Português Para Seres um Escritor

Ser escritor é um oficio que existe dedicação, prática e, acima de tudo, leitura constante. Para te inspirares e evoluires, a leitura é um dos caminhos mais valiosos. Ler bons livros não só melhora a técnica e o estilo, como também alarga a tua visão do mundo e a profundidade da tua escrita.


Nesta lista, selecionei 50 obras em portugês que te vão ajudar a desenvolver a tua habilidade de contar historias, a compreender melhor o processo criativo e a enriquecer o teu vocabulário . Estes livros são fontes inestimáveis de conhecimento para qualquer pessoa que queira mergulhar no mundo da escrita. Quer estejas a começar ou já tenhas experiência, estas leituras irão inspirar-te a ir além da tua jornada como escritor.




Quem disser o contrário é porque tem razão, de Mário de Carvalho (1)


Ser escritor. O texto ficcional. Dilemas, enigmas e perplexidades do ofício. No vale das contrariedades. Nada do que parece é. O «assertivismo» é um charlatanismo. A valsa dança-se aos pares: escrita e leitura, autor e leitor, personagem e acção, causalidade e verosimilhança, contar e mostrar, o dentro e o fora, a superfície e o fundo. O bico-de-obra do primeiro livro. Por onde começar? Com que começar? Com quem começar? A manutenção do interesse. Não há regra sem senão; não há bela sem razão. Ou o oposto. Riscos, cautelas e relutâncias.




Como Escrever, de Miguel Esteves Cardoso (2)


«Ao longo da vida, a coisa que mais me disseram foi:"Também quero escrever. Como é que faço?"Tentei responder, das mais variadas maneiras, mas o tempo nunca chega para explicar.

Era preciso um livro.

É este o livro.»










Escrever, de Stephen King (3)


Em 1997, Stephen King começou a escrever sobre o seu ofício e a sua vida. A meio de 1999, um acidente muito noticiado quase lhe tirou a vida e, nos meses de recuperação, o nexo entre a escrita e a vida tornou-se mais crucial do que nunca para o escritor. O resultado é uma obra clara, útil e reveladora.Escrever é, assim, um relato fascinante que, partindo da experiência específica do autor, proporcionará aos leitores uma nova perspetiva sobre a formação de um escritor, com conselhos práticos e inspiradores sobre todas as fases, desde o desenvolvimento da intriga e a criação das personagens até aos hábitos profissionais e à fuga ao trabalho.





O Zen e a Arte da Escrita, de Ray Bradbury (4)


Neste livro único, Ray Bradbury reúne textos escritos ao longo de trinta anos, nos quais partilha com o leitor a sua experiência e entusiasmo pela própria arte da escrita. Com uma capacidade comunicativa ímpar, Bradbury escreve como quem conversa, incentiva e ensina com conselhos práticos a percorrer pelos nossos próprios pés o trabalhoso caminho da arte da escrita - desde o cultivar de uma ideia original ao desenvolver de uma voz e de um estilo.






Seis Passeios nos Bosques da Ficção, de Umberto Eco (5)


Umberto Eco é companheiro e guia do leitor, explorando com ele os caminhos da forma e do método ficcionais. Eco introduz-nos nesse mundo recorrendo às técnicas do romancista, fazendo-nos colaborar na criação do texto e na investigação de alguns dos mecanismos fundamentais da ficção.De que modo o texto «põe em cena», por intermédio do seu estilo e da sua voz, uma determinada versão do autor?









Cartas a Um Jovem Escritor, de Colum McCann (6)


 

Inspirador, didático e incentivador, Colum McCann pede aos leitores que olhem para fora de si próprios, que desafiem os limites da experiência e que vejam empatia e encantamento nas histórias que escrevem e ouvem. Cartas a um jovem escritor é um livro que incita os aspirantes a escritores a aprender as regras… para depois as quebrarem. McCann aborda tudo o que um escritor precisa de saber, dos tópicos mais pragmáticos, como os cursos de escrita e o contacto com as editoras, às questões filosóficas e artísticas que atormentam e desafiam quem faz da escrita o seu modo de vida. Dicas fundamentais para todos os que se interessam pela arte de bem escreve.




Suspense, de Patricia Highsmith (7)


Um ensaio de referência, que incide na escrita de ficção e a explica magistralmente, numa nova e melhorada tradução.

Patricia Highsmith, célebre ícone da literatura norte-americana e mestre do romance de suspense, deixa o aviso: este pequeno livro não é um manual de instruções. E acrescenta que o único segredo para o sucesso de um escritor é a sua individualidade. Cabe-lhe a ele arregaçar as mangas, dizer o que tem a dizer e nunca desistir. Ainda assim, a arte do suspense — e da ficção literária em geral — contempla um conjunto de aspetos, desde a ideia inicial para a história à laboriosa fase de reescrita e revisão, que merecem a atenção da prestigiada autora e alguns conselhos práticos.





A Arte do Romance, de Milan Kundera (8)


Ao longo de sete textos, Milan Kundera expõe a sua conceção pessoal do romance europeu - A arte inspirada pelo riso de Deus.«O mundo das teorias não é o meu. Estas reflexões são as de um praticante. A obra de cada romancista contém uma visão implícita da história do romance, uma ideia do que é o romance. É essa ideia do romance, inerente aos meus romances, que fiz falar.» A reflexão de Milan Kundera é uma permanente referência aos autores que servem de fundamento à sua «história pessoal do romance» - Kafka e Hermann Broch, mas também Rabelais, Cervantes, Sterne, Diderot, Flaubert, Tolstoi, Musil, Gombrowicz... A questionação empenhada que aqui se faz da obra de cada um deles constitui porventura um dos mais estimulantes ensaios publicados sobre as raízes e os caminhos possíveis da cultura europeia.



Cartas a Um Jovem Poeta, de Rainer Maria Rilke (9)


Cartas a um Jovem Poeta é uma coleção de dez cartas escritas por Rainer Maria Rilke a Franz Xaver Kappus, um jovem militar que aspirava ser poeta.

De 1902 a 1908, Rilke oferece a sua orientação e revela a sua perspetiva sobre viver com incertezas, a superficialidade da ironia, a inutilidade da crítica, escolhas de carreira, a criatividade e a solidão. 

Cartas a um Jovem Poeta é, assim, um manual de vida. A arte, disse Rilke ao jovem poeta na sua última carta, é apenas outra forma de vida.





Manual de Sobrevivência de um Escritor, de João Tordo (10)


.Partindo das suas memórias do ofício, João Tordo esboça neste livro uma espécie de manual para todos aqueles que se interessam pelo mundo da escrita — sejam escritores a dar os primeiros passos ou leitores curiosos. Misturando humor e pragmatismo, memórias de vida e conselhos úteis, o autor abre as portas da sua actividade — e da sua relação com a literatura e a vida — a todos aqueles que experimentam a magia da ficção.

Esta viagem pelos meandros de um ofício que recusa deixar-se ensinar — e de muitas das suas vertentes e consequências, como a técnica, o enredo, as personagens, a edição, a crítica, o fracasso, a sobrevivência — é também uma incursão no lado mais íntimo de um escritor entregue à sua mais dilacerante paixão.





O Caminho do Artista, de Julia Cameron (11)


O método evoluiu para um curso de 12 semanas, que a autora sintetizou neste livro. A obra foi entretanto ganhando popularidade. Traduzida para dezenas de países, começou a ser lida e seguida por sucessivas gerações de artistas - desde escritores como Elizabeth Gilbert e Patricia Cornwell, a músicos como Alicia Keys e Pete Townshend, passando por empreendedores como Tim Ferriss.

Hoje o curso continua tão influente como no dia em que foi lançado. Todos os dias novos artistas assumem em blogs, em posts, em podcasts, que devem a Julia Cameron a redescoberta da sua voz, da sua escrita, das suas cores, da sua chama criativa.





Autor, Autor, de David Lodge (12)


Em Dezembro de 1915, Henry James é apenas uma sombra, um moribundo rodeado de parentes e criados. Para trás deixa uma vida rica e criativa, para a eternidade lega uma das mais brilhantes obras da língua inglesa. Trinta anos antes, na década de 1880, James tem no artista e ilustrador George Du Maurier um grande amigo e vive uma relação íntima e problemática com a escritora Constance Fenimore Woolson. 









O Mundo da escrita, de Martin Puchner (13)


Martin Puchner conduz-nos numa viagem maravilhosa através dos tempos e à volta do globo, para nos revelar como a invenção da escrita, as histórias e a literatura moldaram o mundo atual. Analisando dezasseis textos fundamentais, selecionados a partir de um universo de mais de 4000 anos de literatura, da Ilíada a Harry Potter, demonstra-nos como a escrita conduziu à ascensão e queda de impérios e nações, ao surgimento de ideias filosóficas e políticas, e ao nascimento de crenças religiosas.










Revisitar os Clássicos, de Kenneth Rexroth (14)


 

Conjunto de brevíssimos e brilhantes ensaios publicados originalmente entre 1965 e 1969 na revista literária norte americana Saturday ReviewRevisitar os Clássicos (1969) reúne sessenta obras que são, para o autor, documentos básicos da história da imaginação.










Sobre a Leitura, de Marcel Proust (15)


 

Prefácio de 1906 à tradução francesa de Sesame and Lilies, de John Ruskin, Sobre a Leitura é uma salutar reflexão sobre o acto de ler, a sua natureza e o seu mistério.Evocando a infância — tema caro ao autor de Em Busca do Tempo Perdido — e recuando às saborosas páginas lidas à sombra das avelaneiras, nos longos dias de Verão, Proust confessa-se um leitor apaixonado e voraz, ao mesmo tempo que nos apresenta a leitura como o supremo acto de transformação do ser humano. Cada linha de um bom livro, ao invés de incitar à assimilação passiva de verdades alheias, de ser «um mel preparado pelos outros e que só temos de recolher das estantes», encerra um convite à descoberta e à reflexão.




Como Ler Literatura, de Terry Eagleton (16)


 

O que torna uma obra literária boa ou má?Qual a liberdade do leitor para interpretá-la? O que distingue o gosto da crítica?Neste livro acessível e divertido, Terry Eagleton aborda estas e outras questões intrigantes. Como Ler Literatura é o livro de eleição para estudantes acabados de chegar ao estudo da literatura e para todos os leitores interessados em aprofundar a sua compreensão dos textos e em enriquecer a sua experiência de leitura.





Cartas da Um Jovem Romancista, de Mário Vargas Llosa (17)


Através destas cartas, Mario Vargas Llosa fala-nos com grande lucidez da arte de narrar, da vocação literária e do exercício dessa vocação. Nesse sentido, discorre sobre o poder de persuasão das histórias, o estilo, os vários tipos de narrador, o espaço e o tempo, os níveis de realidade, a estrutura do romance, a autenticidade e a eficácia da escrita e, claro, a coerência interna da narrativa, que emana da própria linguagem.








Como ler um escritor, de John Freeman (18)


Ao longo da sua brilhante carreira no meio literário, John Freeman entrevistou praticamente todos os grandes escritores contemporâneos. Um livro fascinante para compreender a génese da escrita de ficção, de que modo a vida dos escritores influencia, limita ou impulsiona a criação, quais os mecanismos de transformação da matéria do mundo em matéria literária, qual a relação dos escritores com o meio literário que os circunda e com o tempo histórico em que vivem. Como Ler Um Escritor é um livro entre a entrevista e o ensaio, oferecendo um retrato fascinante sobre os escritores e uma perspectiva inspiradora sobre a sua obra.





As Margens e a Escrita (19)


 

Este livro reúne textos in ditos de Elena Ferrante sobre várias aventuras de escrita, entre as quais a sua própria. Foram conferências preparadas por ocasião das Umberto Eco Lectures e do encerramento do congresso Dante e altri classici.Estas abordagens do prazer de ler e escrever pronunciam-se em particular contra a língua má, historicamente alheia à verdade das mulheres, propondo uma nova expressão dos talentos de escrita femininos.








O Infinito num Junco, Irene Vallejo (20)


Este é um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore, de plástico e, agora, de plástico e luz.

É também um livro de viagens, com escalas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, na Villa dos Papiros horas antes da erupção do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra, na cena do homicídio de Hipátia, nas primeiras livrarias conhecidas, nas celas dos escribas, nas fogueiras onde arderam os livros proibidos, nos gulag, na biblioteca de Sarajevo e num labirinto subterrâneo em Oxford no ano 2000.




Este Ano escrevo um Livro (21)


Este manual oferece uma série de princípios, dicas, exercícios e técnicas que servirão de mapa ao processo de criar e publicar um livro. Não se trata apenas de uma obra sobre escrita criativa - de ficção e não ficção. Este livro vai mais além, acompanha o escritor desde a criação até à promoção, explica as características do funcionamento do mercado editorial e o papel do escritor na sociedade de informação atual.

Aqui irá encontrar a plataforma para dar o salto necessário entre a ideia e a obra. Receberá também o conhecimento necessário para rever e editar um manuscrito, a melhor forma de abordar uma editora, escolher um agente, saber os seus direitos e promover o seu trabalho em festivais literários ou nas redes sociais.




Vale a Pena?, Inês Fonseca Santos (22)


Dos escritores, esperamos tudo: universos desconhecidos, personagens surpreendentes, finais inesperados. São eles que olham o mundo, transformam a realidade e transformam-nos a nós. Mas que trabalho é este, feito de palavras? Como nascem os livros? Que é isso da inspiração? Escrever será assim tão diferente de plantar sementes, esculpir pedra ou desenhar estradas? Entrámos em casa de 11 escritores portugueses e não saímos sem saber como acontece essa coisa que nos faz sonhar, ter medo, questionar e mudar de vida: os livros e a literatura.









12 Notas sobre a criatividade, Quincy Jones (23)


Uma carreira com mais de sete décadas e Quincy Jones não mostra qualquer intenção de parar. Na verdade, faz precisamente o contrário, buscando sempre novos desafios e oportunidades. O que o move? A resposta chega numa simples frase que deve servir de lição para todos: «A chama dentro de mim ainda hoje arde.»Sob a forma de 12 capítulos, decalcados das 12 notas sobre as quais assenta toda a música, o reconhecido produtor e músico traz-nos um livro onde, intercalando com relatos pessoais, partilha reflexões e conselhos que devem ser lidos e interiorizados, não só pelas verdades que encerram, mas também pelo facto de partirem de um dos mais influentes agentes do panorama musical a nível mundial, com uma história de vida de perseverança, amor pelo seu semelhante, trabalho e incessante procura por mais.



Conte a Sua História, de Joanne Fedler (24)


Tem uma história única para contar - mas não sabe por onde começar? Sempre quis contar as suas histórias mas não sabe qual o primeiro passo? Acha que tem o «bichinho» da escrita mas falta-lhe estrutura e técnica?

Não se deixe desanimar! Afinal, ninguém conhece tão bem a sua história como você.

A sua história de vida é única e irrepetível. Pode inspirar alguém, mudar-lhe a vida, transformar a forma como vê o mundo. Não perca essa oportunidade.

Em Conte a Sua História, Joanna Fedler ensina como descobrir, estruturar e contar a sua história, incentivando-o a usar a escrita como forma de autodescoberta e uma ferramenta para transformar a sua vida - contando-a!




Como Publicar o Seu Livro, de Rita Canas Mendes (25)


«Já quase toda a gente pensou em publicar um romance, uma autobiografia, uma coletânea de poemas, um guia prático, uma compilação de receitas ou um ensaio. Não é por acaso que falamos em "escrever um livro, plantar uma árvore, ter um filho" para aludir a uma vida realizada. Escrever e publicar uma obra pode ser, de facto, muito empolgante. Contudo, por não saberem ao certo como funciona a edição, muitas pessoas sentem-se perdidas ou acabam por deixar as suas ideias na gaveta. Quer já tenha o seu manuscrito pronto ou ele esteja apenas idealizado, este guia irá mostrar-lhe que publicar não é assim tão difícil e que fazê-lo bem está ao seu alcance. Se ainda não começou a escrever, convém que conheça à partida aquilo que irá encontrar na fase de publicação, até para perceber se o investimento na escrita da obra vale a pena. Se já concluiu o original, este guia irá dar-lhe todas as ferramentas para os próximos passos. Esteja escrito ou não, o seu livro já existe como projeto e deve ir pensando nas opções que terá ao dispor quando chegar o momento de o editar.»


A Arte do Romance, Milan Kundera (26)


«O mundo das teorias não é o meu. Estas reflexões são as de um praticante. A obra de cada romancista contém uma visão implícita da história do romance, uma ideia do que é o romance. É essa ideia do romance, inerente aos meus romances, que fiz falar.» A reflexão de Milan Kundera é uma permanente referência aos autores que servem de fundamento à sua «história pessoal do romance» - Kafka e Hermann Broch, mas também Rabelais, Cervantes, Sterne, Diderot, Flaubert, Tolstoi, Musil, Gombrowicz... A questionação empenhada que aqui se faz da obra de cada um deles constitui porventura um dos mais estimulantes ensaios publicados sobre as raízes e os caminhos possíveis da cultura europeia.




Gramática Descomplicada, Sandra Duarte Tavares (27)


Escrito numa linguagem clara e acessível, este guia procura desmistificar a complexidade da terminologia linguística atual, sem descurar o necessário rigor científico.


Um livro cheio de exemplos, ideal para todos aqueles que acompanham os filhos/crianças/jovens no estudo ou trabalhos de Língua Portuguesa.








500 Erros Mais Comuns da Língua Portuguesa, Sandra Duarte Tavares (28)


Escrito numa linguagem clara e acessível, este guia procura desmistificar a complexidade da terminologia linguística atual, sem descurar o necessário rigor científico.


Um livro cheio de exemplos, ideal para todos aqueles que acompanham os filhos/crianças/jovens no estudo ou trabalhos de Língua Portuguesa.








Como um Romance, de Daniel Pennac (29)


É sobejamente conhecida a preocupação de pais e professores pela falta de interesse e gosto que os jovens manifestam pela leitura. Daniel Pennac, romancista, professor e pai de família, descreve neste ensaio pleno de humor, que se lê Como um Romance, todas as perplexidades que usualmente assaltam os diversos intervenientes no processo educativo e formativos, sempre cheio de conflitos surdos, temores, bloqueios e teimosias. Acima de tudo, conforme se sublinha no presente livro, a leitura tem de ser um prazer e os leitores de hoje devem usufruir de alguns direitos inalienáveis.

A profunda originalidade de Como Um Romance está na forma ao mesmo tempo muito divertida e muito séria com que o autor aborda a questão central de que dependem tanto o destino do livro como o destino da cultura e da educação.


Remédios Literários, de Ella Berthoud (30)


A experiência de biblioterapia que aqui se propõe baseia-se na experiência das autoras com pacientes — e é apoiada por uma avalanche de provas empíricas. Para cada crise, doença, situação de sofrimento físico ou de comoção espiritual, há um livro indicado que pode servir de cura. Por vezes, é a história que encanta, outras vezes é o ritmo da prosa que trabalha na psique, aquietando ou estimulando, ou é uma ideia ou uma atitude sugerida por uma personagem que está num dilema ou num sarilho semelhantes.







Papéis Diferentes, de Tom Hanks (31)


Um romance febril e divertido entre dois melhores amigos. Um veterano da II Guerra Mundial cura as suas cicatrizes físicas e emocionais. Um ator de segunda categoria que é atirado para o estrelato e de repente encontra-se no meio de uma estreia tempestuosa. Um colunista do jornal de uma pequena cidade com perspetivas do mundo moderno bastante antiquadas. Uma mulher a adaptar-se à sua vida no novo bairro depois do divórcio. Quatro amigos que vão à Lua e voltam numa nave construída no quintal das traseiras. Um surfista adolescente que tropeça na vida secreta do próprio pai.


Estas são apenas algumas personagens e enredos que Tom Hanks cria no seu primeiro livro de ficção, uma recolha de histórias que explora com grande ternura, humor e perspicácia a condição humana e algumas das suas particularidades. Todas têm uma coisa em comum: uma máquina de escrever desempenha um papel em cada história, umas vezes menor, outras vezes fulcral. Para muitos, as máquinas de escrever representam uma perícia e beleza cada vez mais difíceis de encontrar. Hanks alcança-as facilmente.



A Herança Perdida, de James Wood (32)


A Herança Perdida reúne ensaios que o crítico James Wood foi publicando ao longo de vários anos em publicações tão prestigiadas como a New Republic. De Herman Melville a Philip Roth, de Virginia Woolf a Don DeLillo, Wood analisa as formas como nestes escritores a literatura funciona como uma espécie de religião. Regista igualmente o percurso inverso - a transformação da religião num género literário - levado a cabo por autores do século XIX como Matthew Arnold e Ernest Renan. A distinção entre a realidade e o realismo, os polémicos ensaios sobre George Steiner, John Updike e Julian Barnes, a profunda empatia da escrita que permite novas leituras de escritores consagrados são motivos suficientes para se aceder ao universo de James Wood.






O Escritor-fantasma, Zoran Zivkovi (33)


Um escritor, em plena crise de inspiração, senta-se à sua secretária para dar início a mais um dia de trabalho. A sua única companhia é Félix, o seu gato, cujas constantes exigências lhe tornam a vida bastante complicada. Mas, nessa manhã, defronte ao computador, um outro acontecimento contribui para perturbar a sua tranquilidade. Na sua caixa de correio electrónico encontra uma proposta feita por um admirador secreto, que pretende que o escritor lhe ceda a autoria do seu novo romance. Entretanto, outras mensagens começam a chegar-lhe, provenientes de outros quatro correspondentes anónimos. Todas elas com pedidos igualmente intrigantes. À medida que vai aumentando o ritmo dos e-mails trocados, vai-se adensando o mistério à volta da identidade e das verdadeiras intenções de todos eles. Tudo isto sob o olhar indiferente e entediado de Félix. O leitor deste livro é convidado, através das pistas que o autor vai deixando, a montar o puzzle e a descobrir a solução final para a história. Zoran Zivkovic, neste seu novo e divertido - por vezes hilariante - romance, revela as singularidades do mundo da escrita e dos escritores, conseguindo mais uma vez captar a atenção do leitor da primeira à última página.



Como se encontrar na escrita, de Ana Holanda (34)


"Um texto escrito de maneira visceral é capaz de transformar, mudar, aproximar, afetar. Na verdade, é o que para mim faz mais sentido. Caso contrário, vamos seguir escrevendo os mesmos textos de sempre, a partir do olhar e do ponto de vista de sempre. Vamos seguir fingindo que estamos conversando com o outro por meio das palavras quando, na verdade, não estamos interagindo com ninguém a não ser com a gente mesmo. É uma conversa solitária. Mas dá para mudar isso." Neste livro, Ana Holanda conduz o leitor numa jornada sobre a descoberta da Escrita Afetuosa. Longe de querer ditar regras ou se basear em truques, o objetivo aqui é fazer com que cada um encontre a própria voz, identifique a melhor forma de colocá-la no papel e, por fim, perca o medo de compartilhar o resultado.



O Espírito da Ficção Científica, de Roberto Bolaño (35)


Apesar da sua pequena dimensão, O Espírito da Ficção Científica - que o autor escreveu durante os anos 80, ficando inédito até hoje - é uma história fundamental para toda a obra de Roberto Bolaño: de certa maneira, trata da adolescência das personagens que, depois, hão de aparecer em Os Detetives Selvagens, em 2666 e também na sua própria poesia. A história (que começa com uma entrevista absurda e muito álcool) passa-se durante os anos 70 e contém muitas referências a acontecimentos políticos e culturais da época, narrando a vida de Jan e de Remo, jovens escritores que tentam viver apenas da literatura numa cidade fervilhante, mágica, e cujas noites se prolongam demasiado, México DF.



O romance narra, também, os sonhos dos protagonistas, os seus anos de formação, a sua iniciação sexual, as suas pesquisas detetivescas (em busca de uma misteriosa escritora e musa da ebulição literária da Cidade do México). A parte final trata das experiências amorosas e obscenas de Remo e de Laura, personagens que frequentam as casas de banho públicas da cidade.



Uma História da Leitura, de Alberto Manguel (36)


Há sempre um momento, mesmo que difuso, em que cada um de nós olha para a página de um livro e começa a entender o que está lá escrito. Esse momento fundador, que equivale à abertura de um imenso universo de possibilidades, transforma-nos naquela entidade sem a qual os livros seriam apenas objectos sem significado - um leitor. De tábuas de barro ao papel, de códigos complexos a um simples scroll down, cada leitor entra, com a sua perspectiva própria, numa cadeia com mais de seis mil anos. A leitura é uma imensa experiência que Alberto Manguel, ensaísta conceituado e bibliófilo apaixonado, apresenta aqui desde tempos antigos, em que um grão-vizir da Pérsia carregava a sua biblioteca para todo o lado em quatro camelos, até aos dias de hoje, mostrando como a leitura pode ser sedução, rebelião, obsessão, alegria, liberdade e muito mais.



Um Diário de Leituras, de Alberto Manguel (37)


Que pode haver em Goethe que remeta para a vida na Argentina durante a ditadura militar? Que ligação há entre O Vento nos Salgueiros e a nostalgia de um expatriado que sofre à distância com o desaparecimento de uma amiga? Será possível ler a invasão do Iraque em Dom Quixote? E que recordações paternas despertam num filho que lê Margaret Atwood 20 anos depois de perder o pai? Quando se abre um livro, não se encontra só a história que está nas páginas. Associações, memórias, amigos, outras leituras, barulhos que chegam da rua, o lar, as notícias da aldeia e do mundo e até a identidade de quem lê, tudo se mistura no acto da leitura.



Ao longo de um ano, Alberto Manguel regressa a 12 dos seus livros preferidos (mais um, Viagens na Minha Terra, acrescentado exclusivamente para a edição portuguesa) e anota num registo diferente do habitual, mais íntimo, diarístico, mês a mês, essa ligação directa entre a literatura e a vida - uma ligação que qualquer grande leitor sabe que é impossível desfazer.



Biblioteca, de Pedro Mexia (38)


Que livros compõem a biblioteca de Pedro Mexia? Através de uma selecção dos seus melhores textos sobre livros portugueses e estrangeiros, antigos e contemporâneos — de Aristóteles a Pessoa, de Dostoiévski a Houellebecq —, ficamos a conhecer a perspectiva única de um dos grandes intelectuais portugueses sobre nomes maiores da literatura, dos mais consagrados até aos imerecidamente obscuros.









Uma Biblioteca da Literatura Universal, de Herman Hesse (39)


Os livros são fonte de satisfação, de alegrias e de conhecimento, enriquecendo a nossa vida e aumentando o valor da nossa existência. Mas quantos de nós já não nos sentimos perdidos nessa floresta densa e por vezes hostil que é o mundo dos livros e da literatura? O que ler? Como encontrar o livro que secretamente procuramos?









Sobre a Literatura, Umberto Eco (40)


Sobre Literatura reúne alguns dos mais interessantes textos de Umberto Eco. O primeiro sobre "algumas funções da literatura" é um dos mais originais e surpreendentes do autor. Mas a obra aborda ainda filósofos e escritores, como Aristóteles, Dante, Joyce e Borges. Através deles fala-se dos problemas da narrativa, da representação verbal do espaço da natureza dos mundos ficcionais, ou de símbolo e estilo.



Há casos em que Eco recorre ao exemplo da sua actividade de escritor para ilustrar a partir de dentro o modo de fazer literatura.







Nadar Num Lado à Chuva, George Saunders (41)


Nos últimos vinte anos George Saunders deu aulas sobre os maiores contistas russos aos seus alunos da Universidade de Syracuse, e neste livro partilha esses ensinamentos, reunidos ao longo dos anos, recorrendo a contos de Tchékhov, Turguénev, Tolstói e Gogol, através dos quais explica como funciona a ficção e a razão pela qual nestes tempos conturbados ela é mais relevante do que nunca.










O Espaço Literário, Maurice Blanchot (42)


O espaço literário, publicado pela primeira vez em 1955, é uma obra decisiva no percurso teórico de Maurice Blanchot que procura cartografar o fenómeno da criação artística e literária no território da experiência humana. Num incansável e apaixonado cerco meditativo, o autor tenta aproximar-se do enigma central da essência da obra e da exigência da escrita: a outra noite, que descobre no mito de Orfeu e Eurídice. Este longo ensaio, que encontra muito do seu sentido atravessando as obras de Mallarmé, Kafka, Rilke e Hölderlin, é acima de tudo o testemunho de uma paixão ímpar pela leitura.





Aulas de Literatura, Julio Cortázar (43)


Todas as quintas-feiras, durante dois meses, perante uma plateia de jovens estudantes cada vez mais numerosa e entusiasta (ao ponto de causar problemas logísticos), o autor argentino conduz um vasto diálogo sobre a criação literária e a sua experiência de escritor, dando a conhecer quais os ingredientes que compõem a boa literatura. São muitos os temas tratados: o fantástico, a musicalidade e o humor, o erotismo e o lúdico em literatura; a intrincada relação entre imaginação e realidade, as armadilhas da linguagem; porém, sobra igualmente tempo para abordar outras suas paixões: a política, a música, o cinema.



Tudo isto recheado de exemplos retirados de leituras pessoais ou da sua própria escrita, que analisa de forma natural e sincera, revelando o segredo dos seus contos ou qual a interpretação do seu famoso romance, Rayuela.





O Livro Por Vir, Maurice Blanchot (44)


A literatura ocupa o centro das pesquisas de Blanchot. e é a luz do seu mistério que o autor de O Livro por Vir e O Espaço Literário se esforça por circunscrever.



Neste livro, Blanchot fala-nos com um saber apaixonado de Proust, Artaud, Musil, Broch e Henry James e até daquele que será um dia o último escritor.



Mas, através dos autores e dos livros interessa sobretudo a Blanchot o movimento que os cria.







Sobre a Brevidade da Vida, Séneca (45)


Porque é que nos queixamos da Natureza quando ela tem sido bondosa para nós? A vida é longa o suficiente, se soubermos como lhe dar uso.


Sobre a brevidade da vida é um clássico da filosofia estoica que reúne lições valiosas sobre como aproveitar ao máximo a própria existência. Dirigindo-se ao seu amigo Paulino, o filósofo Séneca exorta-o a não temer a morte, antes a aceitá-la como parte da vida, e a cultivar a virtude, a disciplina e a moralidade.


Transmitidos com eloquência e lucidez, os conselhos de Séneca sobre a importância da razão e do autocontrolo mantêm-se intemporais. Redigido há mais de 2000 anos, este texto é porventura ainda mais relevante hoje do que na época em que foi escrito.






Guia para 50 Personagens da Ficção Portuguesa, Bruno Vieira Amaral (46)


Pela primeira vez, cinquenta das melhores e mais representativas personagens da Literatura Portuguesa dos últimos dois séculos são apresentadas num único livro. Ao longo de mais de um século e meio, os melhores autores portugueses contribuíram para a riqueza e diversidade desta galeria onde não raras vezes o leitor encontrará o reflexo dos seus vizinhos e familiares, dos seus amigos e colegas de trabalho e onde não se deverá espantar por encontrar o seu próprio reflexo. Porque estas figuras compostas de papel, tinta e palavras são, afinal, pessoas como nós. Os textos escritos por Bruno Vieira Amaral são um convite à leitura dos romances, o habitat natural de cada uma das personagens, mas também um extraordinário retrato da história e evolução de um país, Portugal






Pontuação em Português, Marco Neves (47)


Quem nunca hesitou perante uma vírgula? Conheça as regras de uso, as excepções e as ratoeiras dos sinais de pontuação.

Quando usar a vírgula? E o ponto e vírgula?

Quando devemos usar maiúsculas a seguir às reticências?

Qual é a diferença entre o hífen e o travessão?

Quais são as diferentes formas de assinalar o diálogo?

Quais são as regras do uso dos espaços na nossa língua?

Esclareça todas as suas dúvidas de pontuação: escreva melhor! Um livro essencial, com exemplos práticos, sugestões úteis e resposta a mil questões.

Uma vírgula pode fazer toda a diferença!

Mas, através dos autores e dos livros interessa sobretudo a Blanchot o movimento que os cria.






Desafio da Escrita Criativa, Mariana Abramo (48)


O Desafio da Escrita Criativa começou despretensiosamente com um projeto para a internet, mas que cresceu e fez tanto sucesso que eu decidi transformar em livro. O projeto é simples e qualquer um pode fazer. São 30 dias para você estruturar toda a ideia do seu livro através de desafios diários que passam pelos aspectos principais que devem ser observados: os personagens, o enredo, o narrador, o tempo e o espaço. Além disso, alguns desafios te provocam a ir além e começar a pensar algumas cenas, para que você aprofunde as camadas psicológicas dos personagens e defina um ponto de virada para o livro. Muitas boas ideias surgiram através deste projeto, e a sua ideia também pode surgir daqui. Mais do que isso: se usar os desafios na ordem, você consegue estruturar o livro e escrever uma parte considerável dele. É um recurso valioso para quem gosta de escrever, mas enfrenta o branco do papel.saber mais






O Vício dos Livros, de Afonso Cruz (49)


Na biblioteca do faraó Ramsés II estava escrito por cima da porta de entrada: «Casa para terapia da alma». É o mais antigo mote bibliotecário. De facto, os livros completam-nos e oferecem-nos múltiplas vidas. São seres pacientes e generosos. Imóveis nas suas prateleiras, com uma espantosa resignação, podem esperar décadas ou séculos por um leitor.

Somos histórias, e os livros são uma das nossas vozes possíveis (um leitor é, mal abre um livro, um autor: ler é uma maneira de nos escrevermos).

Nesta deliciosa colheita de relatos históricos e curiosidades literárias, de reflexões e memórias pessoais, Afonso Cruz dialoga com várias obras, outros tantos escritores e todos os leitores.


Este é, evidentemente, um livro para quem tem o vício dos livros.saber mais





Andar a Pé, de Henry David Thoreau (50)


Andar a Pé é um dos mais belos textos de Thoreau. Expõe a sua filosofia de vida e estabelece a arte de caminhar como a forma mais intensa de despertar os sentidos e a alma humana. Um verdadeiro hino de amor à natureza profunda e original, um manifesto pela liberdade que foi escrito muito para lá do seu tempo. A vida reside no lado selvagem. O mais vivo é o mais selvagem. O que ainda não se subjugou ao homem, a terra retempera-o. Aquele que avança em frente incessantemente, nunca descansando das tarefas, se desenvolve depressa e exige infinitamente à vida, irá sempre encontrar-se num novo país ou no meio selvagem, rodeado da matéria-prima da vida.



É como se se transpusesse os troncos das árvores derrubadas das florestas primitivas. Esperança e futuro não estão nos relvados ou nos campos cultivados, nem nas vilas ou cidades, mas nos pântanos impermeáveis e instáveis. É preciso caminhar e prestar atenção, não é preciso ir muito longe. Afinal, o essencial da condição humana reside na simplicidade e não no acumular persistente de coisas.saber mais




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Cláudia Benedy

É autora de romances. Viciada em bibliotecas e livrarias. Nasceu em 1985, em Vila Franca de Xira. Vive em Alenquer, mãe de quatro filhos.